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Arquitetos: Import Export Architecture
- Área: 250 m²
- Ano: 2008
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Fotografias:Stijn Bollaert
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Projeto Ter Pitte é parte de uma reforma radical de uma quadra inteira. A demolição de um antiga oficina de elevadores Thiery no centro da quadra criaou espaço para uma nova divisão da terra e da renovação tipológica.
Os objetivos eram ambiciosos: construir seis apartamentos urbanos, dando a cada um deles um 'sentimento da rua', num terreno largo suficiente para apenas três casas com terraços. No térreo existe um acesso direto à três unidades com plantas completamente diferentes. Uma profunda e estreita casa se extende para os jardins nos fundos. Um elemento notável é a garagem com múltiplas funções - uma oficina-escritório junto à rua. Mais fundo no terreno, um longo correfor dá acesso a dois quartos que estão anexos à dois pequenos pátios.
A céu aberto, e em tijolos escuros, esses dois ambientes são de luz e terra no meio da casa. O corredor termina na área de dia que, cercado por todos os jardins, é quase como um pavilhão entre a vegetação. A segunda residência, a menor mas com a maior largura, também é inteiramente no piso térreo. Todos os espaços utilizados durante o dia estão contidos dentro da largura de um único ambiente que vai da rua para o jardim. Um núcleo central com cozinha e banheiro fornece uma certa separação entre a sala de funções múltiplas perto da rua e na sala de estar mais íntima ao lado do jardim. A terceira habitação é concebida como um duplex. No piso térreo tem as áreas utilizadas durante o dia e um jardim murado.
Uma escada aberta transversal na área de estar pacialmente faz a mediação da vista da frente da rua. O fato de todas as unidades desenharem a rua interiormente, em sua maneira, é interessante mas arriscado. A vida quotidiana irá determinar se a suavidade da habitação vai prevalecer sobre a dureza da cidade. As três unidades no pavimento superior são acessíveis do nível da rua através de um espaço semi-privado de transição com escadas e patamares ao ar livre. Este acesso compartilhado é uma área de encontro informal, atrativa e segura, que permite contato direto com a rua através das escadas ou da galeria. Todas as três unidades são do tipo duplex, com áreas comuns no nível de acesso e três dormitórios no andar de cima. Todas as unidades superiores possuem ao menos um terraço externo com generosas proporções e privacidade garantida. A unidade do meio, é a mais alta e rouba a cena. Um volume marrom esverdeado revestido em telhas divide a seção superior branca e faz a vez de torre. É como viver em uma árvore, no meio da cidade. Neste projeto, essa metáfora simples foi elaborada numa combinação de ingenuidade infecciosa e habilidade profissional - a marca registrada da Import.Export Architecture.
Uma foto de uma imponente copa de uma árvore foi 'pixelizada' na escala das telhas da fachada. Os projetistas pensaram na telha correta para cada pixel entre os lotes de telhas aprovados e rejeitados, com tonalidades verdes semelhantes. Aqui e ali uma telha com aberturas de assentamento foi inserida, e algumas delas foram convertidas em porta-lâmpada. No escuro essa casa na árvore assume uma aparência mágica. Uma piscadinha para os transeuntes noturnos. A poética ingênua de Import.Export dá algo a ambos o edifício e a rua. Não se pode simplesmente passar por ali sem o notar. Esse projeto comprova a falsa oposição entre qualidade arquitetônica e capacidade de venda que o mercado imobiliário de hoje em dia não pode, ou não vai, abandonar.
O complexo entrelaçamento e empilhamento de apartamentos em Ter Pitte não é nada comum, mas resulta numa transição maravilhosa entre os espaços públicos e privados. Uma interação nasce com a rua e assim, o controle social, enquanto os ocupantes ganham um lugar emocionante e ainda sim tranquilizador para se encontrar. Ao mesmo tempo, o ato da habitação permanece bastante familiar e os apartamentos, especialmente os duplex, aparentemente estão perfeitamente de acordo com o mercado. Imóveis brutos mas com um floreio, muito procurados e acessíveis! Uma estratégia adequada para desencorajar as famílias jovens, que são um pouco melhor e procuram uma boa casa, a deixarem a cidade. No futuro, no entanto, as rigorosas (muito rigorosas?) novas regras de acessibilidade vão ter de ser tidas em conta.